Dedé diz quem é Dedé

Dia 13 de setembro,
Ano de quarenta e nove,
já Tabira emancipada,
Barro Branco se comove:
O casal Olívia-Antonio,
Por bênção do matrimônio,
Recebe, com muito amor,
Cheio de esperança e fé,
O poetinha Dedé,
Na “Casinha do Tambor”.



Ano de cinquenta e três,
Acontece a novidade:
Dedé deixa o Barro Branco
E vem morar na cidade.
Dezembro, sessenta e dois,
Finda o primário e, depois,
No fim de sessenta e seis,
Atinge o ponto final}
Do curso ginasial,
Feliz por tudo o que fez!


É nesse tempo, também,
Que faz seus primeiros versos,
Que estão por aí afora,
Extraviados, dispersos...
Versos simples e inocentes,
Que só mostrava aos parentes,
Gente de fora não via...
Mostrava aos de casa, sim,
Porque parente é assim:
Aplaude até porcaria...



A sua infância foi cheia
De livro, verdura e roça...
E a mão fina da caneta,
Às vezes, ficava grossa...
Em rapaz, foi sacristão:
Cuidava de procissão,
Altar, sino, sacristia...
Mas também jogava bola!
E, à noite, ia pra Escola,
Coisa que nunca perdia.



Ano de sessenta e nove,
No Colégio Monsenhor,
Finda Contabilidade,
Mas não quer ser contador...
Setenta, pé ante pé,
Eis que aparece Teté
Pra balançar seu “império”...
Setenta e dois, dá-se o início
Do seu feliz sacrifício
Na missão do Magistério.



Final de setenta e quatro,
Muda de cena e teatro:
Letras virou sua meta.
Também, nesse mesmo ano,
Deus arquitetou o plano



Do casório do poeta...
Dia doze de janeiro,
Na Capelinha, em Barreiro(s),
Padre Manuel disse assim:
“Aceita a moça, rapaz?”
Dedé gaguejou demais,
Mas respondeu: SIM, SIM, SIM!...



Abril de setenta e cinco,
O casal ganhou um “brinco”:
“Vivi”, a filha primeira.
Manhosa, porém querida.
Bondade pra toda vida,
“Pretume” pra vida inteira...



Em fins de setenta e sete,
Na capital do estado,
Findou Educação Física,
Com Teté sempre a seu lado...
E em oitenta, Katarina,
Sua segunda menina,
Chegou pra dar seu recado!



Além das duas princesas,
As quais Dedé sempre amou,
Também ganhou Paulo Henrique,
O neto que vale um show!
E, pra maior alegria,
Gosta também de poesia
E aplaude os versos do avô!



Depois, o nosso poeta
Ganhou também uma neta,
A mais fofa do país!
E, de alma realizada,
Diz: “não sou feliz por nada,
Mas por isso eu sou feliz!”



Dedé faz parte da APPTA,
Querida “Associação
Dos Poetas de Tabira”,
Que tem a nobre missão
De fazer da Poesia
O trunfo da região!



No ano de oitenta e quatro,
Dedé vibrou pra chuchu
Quando colocou na praça
O seu primeiro Baú,
Repleto de poesias:
“Retalhos do Pajeú”.



E não parou de escrever,
E foi juntando os trabalhos.
At éque, em noventa e cinco,
Com onze agostos de “empalhos”,
Entregou aos sertanejos
“Mais um Baú de Retalhos”.



Somente em dois mil e seis,
(parece até brincadeira...),
Onze novembros depois,
Vem sua peça terceira,
Sertaneja igual às outras,
Co’o nome de “Fim de Feira”.



Se Deus quiser, qualquer ano,
Não há promessa, portanto,
Até o mês de dezembro,
E talvez nem chegue a tanto,
Seu quarto Baú de Rimas
Deixa o terceiro no canto...