Estórias do Poeta Alexandre Morais

Postado por | Postado em | às 05:50

Umas coisa bem dizida


Alexandre Morais diz:

Ontem chegamos eu, Dudu Morais e
Gonga Monteiro num bar em Tabira, que eu fico devendo o nome,
mas que fica ao lado do Mercado Público.
Os vaqueiros Lila e Rildo já estavam lá e logo pediram um “verso de gado”.
Dudu pediu o mote.
Eu demorei uns 5 minutos pra fazer o mote e ele fez o verso em 5 segundos:


Pra fazer verso ligeiro,
Hoje a tarde está completa.
Tem eu, metido a poeta,
E Lila um grande vaqueiro.
Rildo, um forte fazendeiro,
Que tem a pegada exata,
Procura dentro da mata,
Pega o boi, amarra e prende.
Boi valente não se rende,
Vaqueiro bom não maltrata.

Quando foi com mais um pouco,
conversávamos sobre a poeticidade pujante de Dudu.
Eu e Gonga bebíamos cachaça com limão e Dudu, que não bebe, aturava a gente.
Gonga começou a escrever um verso próprio num guardanapo pra me repassar e eu provoquei Dudu, pensando que estava dando um mote difícil, pelas rimas escassas.
O danado num piscou os olhos nem três vezes e disse:

No recanto da mesa de um bar
Dois poetas se pegam conversando.
Eu, menor, fico só observando
E prestando atenção nesse lugar.
Um começa ligeiro a rabiscar,
Outro manda uma rima tão medonha...
Um limão, que é da cor duma pamonha,
No final da bebida é só a casca
E Dudu, sem beber, hoje se lasca
Aturando dois “bebo” sem vergonha.

Gonga, mesmo já acostumado com a fera,
quase joga a caneta fora, admirado com a capacidade de improviso de Dudu.
Aí tomamos outra lapada em nome da arte.


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