veja quanta coisa linda!

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Depois de receber de presente o livro “Vida e versos” de Gonga Monteiro,
o poeta Vinícius Gregório escreveu esta carta em agradecimento:
Recife, dois do mês dois
De 2011 o ano.
Dedé repasse esta carta
Pra Gonga, seu grande mano.

A Gonga Monteiro

Poeta véi, recebi
O seu livro dedicado...
E eu estou abestalhado
Do tanto que já sorri.
Mas cumprindo a sua meta
Eu também chorei, poeta.
Pois ele, sem beliscar,
Ou sem cócegas na gente,
Nos faz, alternadamente,
Sorrir e depois chorar.

VIDA E VERSOS, desde a capa
Encantou-me ligeirinho.
E eu li com muito carinho
VIDA E VERSOS por etapa...
VI DIVERSOS versos belos
VI DIVERSOS tão singelos,
Que eu quis lhe retribuir.
Vendo seus versos e causos,
Se Rosa lhe deu aplausos,
“Eu também quero aplaudir.”

É que seu Cego e o Guia,
Junto Ao Menino e o Crente,
Já mostram que sua mente
Nasceu pra fazer poesia.
Estórias de Cantador
Mostra que seu escritor
Muita humildade detém.
Seu elogio é tenaz,
Mas o que um cantador faz,
Gonga, você faz também...

“TEMPO É BORRACHA QUE VAGA
NO CADERNO DA LEMBRANÇA
MAS TEM COISAS DE CRIANÇA
QUE NEM MESMO O TEMPO APAGA”
Quem começa um verso assim,
Eu lhe afirmo que, por mim,
Podia já ter parado.
Mas você foi tão capaz
Que depois “inda” fez mais,
Me deixando emocionado.

Solidão já não me assusta,
Depois que li seu poema.
Viver sozinho é dilema
Pra quem não tem a fé justa...
E o Peido, com seu valor,
É um bom nivelador
Pra quem pensa que é alguém.
E dando a minha parcela,
Também serei sentinela
Do valor que o peido tem.

Você falou ser pesado
Ser um mano de Dedé.
E Dedé, de bom que é,
Retrucou bem retrucado
Falando em sua bondade
E eu sei que é sinceridade
O que ele disse depois...
Portanto, poeta meu,
Bom mesmo é ser como eu:
Amigo de vocês dois.

E feliz mesmo é Tabira
Que deu você e Dedé,
Que mostram poesia e fé
Sem arrogância ou mentira.
Qualquer um concordará
Que entre vocês dois não há
Poeta mais forte ou fraco.
Vocês dois muito iguais são.
É como diz o povão:
Farinhas do mesmo saco.

Eu não tô exagerando
Pode acreditar em mim.
Até porque sou assim
Co’o que tô lendo ou olhando:
Quando eu não gosto, eu me calo,
Porém quando eu gosto, eu falo.
E até no mesmo segundo.
Quando eu acho a coisa linda,
Eu faço melhor ainda,
Espalho pra todo mundo.

Por isso eu já separei
Versos seus pra decorar.
Difícil foi separar,
Pois de todos eu gostei.
Fui marcando no começo,
Mas depois quase endoideço
Com tantos versos marcados.
Mas seus versos “vou saber”
Nem que eu tenha que esquecer
Outros versos decorados.

Há muito tempo, poeta,
Acho Dedé genial.
Um vate paranormal
Com alma e verve completa.
Dedé vai me perdoar,
Mas agora achei seu par
E o que digo é verdadeiro.
Antes era seu irmão,
Agora meus vates são:
Dedé e Gonga Monteiro.

Por enquanto era só isso
Que eu queria lhe dizer.
Desculpe-me não poder
Dizer mais, que o compromisso
Me espera, vou estudar...
Mas eu tinha que mandar
Esta carta, com carinho
E um abraço bem simplório
Desse Vinícius Gregório
Ou Vinícius de Agostinho.


Respondendo a carta/poema de Vinícius Gregório,
Gonga escreveu:

NÃO TEM RESPOSTA

Toda noite eu medito, meço, traço...
Não encontro uma frase predileta;
Fico assim, sem saber, feito um pateta,
Se desisto, recuo ou dou um passo...

Como um peba, me soco num buraco...
Nem sequer uma frase, um verso fraco
Eu consigo rimar, por mais que tente...

Gastei quase um caderno, envergonhado,
E a resposta melhor que eu tenho achado
É rasgar outra carta novamente.

Gonga
Tabira, 12/02/2011

De tanto papel no chão
Rasgado em volta de mim,
Me revelei campeão
De fazer soneto ruim!

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