UM CAFÉ COM PÃO QUENTE, ÀS CINCO E MEIA
DEIXA A CASA CHEIRANDO A POESIA
Quando o horário da luta se desfaz
E a tardinha se torna mais bonita,
Eu escuto o chiado da marmita
Num fogão dos de lenha e não a gás.
Quando alguém sai de casa e vai atrás
De manteiga e de pão na padaria;
Quando o sol descarrega a bateria
E o paiol do poente se incendeia,
Um café com pão quente, às cinco e meia,
Deixa a casa cheirando a poesia.
Dedé Monteiro
DEIXA A CASA CHEIRANDO A POESIA
Quando o horário da luta se desfaz
E a tardinha se torna mais bonita,
Eu escuto o chiado da marmita
Num fogão dos de lenha e não a gás.
Quando alguém sai de casa e vai atrás
De manteiga e de pão na padaria;
Quando o sol descarrega a bateria
E o paiol do poente se incendeia,
Um café com pão quente, às cinco e meia,
Deixa a casa cheirando a poesia.
Dedé Monteiro



Eu me lembro do tempo de menino
Pés descalços na beira do barreiro
Seu Miguel, meu avô, um bodegueiro
Me encheu de amor e de carinho
Todo dia acordava bem cedinho
Mas pão quente não tinha todo dia
Santa Rita não tinha padaria
Eu comia cuscuz de cara feia
Um café com pão quente às cinco e meia
Deixa a casa com cheiro de poesia
Messias Souza Sertâo
Eu me lembro que na segunda feira
Meu avô ia pra Tuparetama
Mesmo tendo levado pouca grana
Abastecia com pão toda Ribeira
Todo pão q'ele trazia da feira
Quarta feira já não mais existia
Era essa a melhor mercadoria
Era o almoço, o jantar. o lanche e a ceia
Um café com pão quente às cinco e meia
Deixa a casa cheirando a poesia